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Até agora, sete universidades americanas foram alvo de cortes punitivos de financiamento ou receberam notificações de que os repasses estariam seriamente ameaçados. Veja a seguir.
Harvard
Trump congela repasse de US$ 2 bilhões para Harvard, uma das instituições de ensino de maior prestígio no mundo — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução
A Universidade Harvard protagoniza o embate mais recente com o presidente Donald Trump. O Departamento de Educação anunciou o congelamento de cerca de US$ 2,3 bilhões em fundos federais para a instituição.
O anúncio vem depois que Harvard se negou a cumprir exigências da Casa Branca, incluindo o fechamento dos programas de diversidade, equidade e inclusão da universidade.
As exigências, enviadas em uma carta, incluem reformas na administração, auditoria em alunos, professores e dirigentes, políticas de admissão e contratação “baseadas em mérito”, além da proibição do uso de máscaras — medida vista como direcionada a manifestantes pró-Palestina, já que o governo alega que os protestos contra a guerra na Faixa de Gaza, em 2024, foram movidos por antissemitismo.
Columbia
Estudantes realizam um protesto com abandono de aulas nos degraus da Low Library da Universidade Columbia — Foto: Reuters
A Universidade Columbia, em Nova York, epicentro dos protestos estudantis pró-Palestina, espera recuperar cerca de US$ 400 milhões em bolsas e contratos bloqueados pelo governo do republicano após ceder a várias exigências feitas pela Casa Branca.
Columbia, assim como Harvard, integra o grupo Ivy League — as universidades mais renomadas dos EUA — e é acusada de não combater o antissemitismo no campus.
O republicano ameaçou instituições de todo o país pela forma como lidaram com os protestos pró-Palestina no ano passado. O governo afirmou que o antissemitismo explodiu em meio aos protestos, o que manifestantes negam. Eles defendem que as críticas a Israel e à política externa dos EUA foram erroneamente confundidas com antissemitismo.
A instituição concordou com a maioria das exigências da administração de Trump, incluindo a proibição de máscaras faciais no campus, e deu autorização para agentes de segurança removerem ou prenderem indivíduos.
Columbia também concordou em tirar o Departamento de Estudos do Oriente Médio, Ásia e África de seu corpo docente, colocando-o sob um novo responsável.
Princeton
Universidade Princeton — Foto: Princeton University/Office of Communications
A Universidade Princeton já afirmou que “dezenas” de bolsas foram suspensas e corre o risco de perder o financiamento de US$ 210 milhões do governo federal.
O valor em bolsas de pesquisa foi congelado sob a acusação de antissemitismo no campus. Os valores seriam destinados a projetos federais vinculados ao Departamento de Energia, à NASA (Agência Espacial Americana) e ao Departamento de Defesa.
Além desse valor, o Departamento de Comércio americano também anunciou que Princeton perderia outros US$ 4 milhões em financiamento federal para programas de pesquisa climática.
Cornell e Northwestern
Foram congelados mais de US$ 1 bilhão para a Universidade Cornell e cerca de US$ 790 milhões para a Universidade Northwestern em financiamento federal pelo governo Trump.
De acordo com a Casa Branca, os valores foram congelados sob investigações de supostas violações de direitos civis nas instituições.
As duas universidades enfrentam investigações sobre alegações de antissemitismo e acusações de discriminação racial decorrentes dos esforços para promover a diversidade.
Brown
As universidades na mira de Donald Trump — Foto: Ian Caldas/GloboNews
No início do mês, o governo Trump afirmou que planeja congelar US$ 510 milhões em subsídios federais para a Universidade Brown enquanto analisa a resposta da instituição ao antissemitismo e seus esforços para eliminar as políticas de diversidade. A confirmação foi feita pela Casa Branca.
Como outras instituições da Ivy League, Brown foi palco de confrontos contra a guerra em Gaza. A universidade também foi uma das poucas a fazer acordos com os alunos para acabar com os acampamentos de protesto — acordos que foram criticados por serem muito brandos com os estudantes.
Brown foi uma das poucas universidades que divulgou uma declaração em resposta aos bloqueios, dizendo que não comprometeria a liberdade acadêmica.
Pennsylvania
O governo Trump suspendeu US$ 175 milhões em financiamento federal para a Universidade da Pensilvânia devido à inclusão de atletas transgêneros em esportes universitários femininos. O anúncio foi feito no mês passado pela Casa Branca em uma publicação na rede social X.
O post defende que a decisão foi baseada nas “políticas da Penn que forçam as mulheres a competir com os homens nos esportes”. A universidade permitia que Lia Thomas, uma mulher transgênero, fosse membro da equipe de natação feminina.
Em um comunicado, a instituição disse que estava em total conformidade com os regulamentos esportivos da universidade e de instituições pares da NCAA (Associação Atlética Universitária Nacional) e da Ivy League sobre equidade nas competições femininas.