Aliados no PDT recomendaram que Lupi deixe o cargo; no Planalto, saída é dada como certa

O desejo para que o ministro da Previdência, Carlos Lupi, deixe o cargo não vem apenas de parte de integrantes do governo Lula (PT). Até mesmo no PDT, partido do ministro, há um consenso de que o melhor é que ele saia.

E, no Palácio do Planalto, alguns integrantes dão como certa a saída de Lupi, e aguardam, para breve, um encontro definitivo entre o presidente da República e o ministro. Na quarta-feira (30), Lula pediu a Gleisi Hoffmann (PT), das Relações Institucionais, que encaminhasse com o PDT a saída de Lupi.

A intenção do presidente é de resolver o assunto antes de viajar a Moscou, na Rússia, na semana que vem. Com o pedido feito, Gleisi e outros ministros, entre eles Luiz Marinho (Trabalho e Emprego), estão conversando com dirigentes do PDT. A avaliação é que a saída dele foi pacificada com o PDT.

As conversas ocorridas na quinta-feira (1º), nos eventos do Primeiro de Maio, foram positivas. A expectativa é que entregue o cargo ainda nesta sexta-feira (2), desde que não haja pontas soltas ainda. Se ocorrer, vai ser no Planalto.

Na costura, o ministério continua com o PDT. Já aparece como principal cotado o ex-deputado Wolney Queiroz, de Pernambuco, que hoje é secretário-executivo do ministério. Também chegou a ser cogitado o deputado André Figueiredo, do Ceará, mas Wolney aparece à sua frente neste momento.

O que pesou pela saída de Lupi foi o desempenho negativo como um todo causa pela fraude nas aposentadorias e o fato de ter mantido no ministério e no INSS figuras da gestão anterior. O Planalto entende que é preciso dar um choque de gestão na previdência, o que não daria para ser feito com Lupi.

Esta semana, Lupi ouviu de importantes quadros do partido que o melhor é deixar o governo e voltar a assumir a presidência do partido, do qual é presidente licenciado, para se concentrar em garantir a manutenção do PDT como pilar da base do governo.

O temor de Lupi, manifestado aos interlocutores, é a de que sua saída seja interpretada pela opinião pública como confissão de culpa.

Enquanto uma ala do partido quer permanecer na base de sustentação do governo, há setores que veem na crise a oportunidade de romper de vez com o governo. Essa ala é capitaneada por Ciro Gomes que, em 2022, disputou a presidência contra Lula, recusou-se a apoiá-lo no segundo turno contra Jair Bolsonaro (PL) e foi autor de alguns dos ataques mais duros contra o petista.

É #FAKE mensagem que promete devolver dinheiro a vítimas de fraude no INSS

Ministro da Previdência, Carlos Lupi, fala Comissão de Previdência, Assistência Social da Câmara sobre as fraudes do INSS. — Foto: Ton Molina/FotoArena/Estadão Conteúdo

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