Colegas de profissão, amigos e ex-alunos destacaram a importância do professor em suas trajetórias. Para muitos, a perda representa um grande vazio para o jornalismo e para todos que conviveram com ele.
🕊️ Homenagens e legado
A jornalista Rosana Pinto relembrou o impacto de Dutra em sua vida acadêmica.
“Dutra foi um dos meus primeiros professores quando entrei na UFPA em 2004. Tava realizando um sonho mas ao mesmo tempo não sabia se daria conta, por já ser mãe de um bebê e trabalhar o dia inteiro. Então o Dutra foi super importante nessa fase de adaptação”.
Segundo Rosana, Dutra era brincalhão e gentil, mas sério quando deveria ser.
“Ele conversava comigo, me dava forças, além do professor. E tornava a matéria dele e o curso mais leve”, diz a ex-aluna.
Exemplo de serenidade e humildade
A professora da Faculdade de Comunicação da UFPA, Ana Lúcia Prado, ressaltou a inspiração que Dutra representou:
“Dutra sempre foi uma referência pra mim de bom jornalismo e pensador crítico, sobretudo, nas questões que envolvem a Amazônia. Como colegas de trabalho, sempre tive no Dutra uma inspiração e um parceiro ético”.
Jornalista Manuel de Sena Dutra morreu em Belém. — Foto: Divulgação
A docente da UFPA lembra que formavam uma dupla de muita cooperação e respeito e que Dutra tinha um humor refinado.
“Dutra era um amigo querido e exemplo de serenidade e humildade, nunca foi vaidoso, mesmo com o tanto de prêmios que ele recebeu”, afirma.
Ana Lúcia Prado conta que Dutra ganhou o prêmio de melhor tese de doutorado, durante um congresso em Porto Alegre, em 2004.
“Muitas histórias vividas em mais de 25 anos de amizade e parceria. Muito triste a partida dele. O jornalismo na Amazônia perde muito. Nós amigos também”, diz a professora da UFPA.
Referência para toda turma
O jornalista e apresentador da TV Liberal, João Jadson, destacou o papel de Dutra na formação de novos profissionais.
“Ele foi meu professor em uma disciplina. Lembro das orientações que ele dava. Ele sempre foi muito educado e uma referência para toda a minha turma”, lembra.
Jornalista Manuel de Sena Dutra morreu neste domingo, 11, em Belém. — Foto: Divulgação
João Jadson conta ainda que Dutra orientava os trabalhos dos alunos para apresentação em congresso. “Uma figura muito forte dentro da Faculdade de Jornalismo da Federal.”
Defendia as causas sociais
Para o jornalista e editor assistente da TV Liberal, Elielson Almeida, Dutra foi fundamental na formação de gerações.
“A minha turma foi a última dele, antes da aposentadoria. Eu ainda era calouro, ainda tentando entender todo o universo que a UFPA representava, mas desde o primeiro dia de aula já era possível compreender que o professor Manoel Dutra era uma grande referência”.
Elielson Almeida afirma que se atualmente os colegas da imprensa falam sobre a Amazônia, diz ter certeza que isso tem influência do professor Dutra.
“Na sala de aula, sempre defendeu as causas sociais da região e, principalmente, o bom jornalismo. A minha turma pegou a última disciplina dele antes da aposentadoria. Então, acho que posso dizer que ele cumpriu esse legado até o último dia dele como professor”.
Amor pelo rádio e pela Amazônia
A jornalista Alcilene Costa destacou a paixão de Dutra pelo rádio e pela região:
“O professor Dutra exigia muita leitura técnica sobre Comunicações e Amazônia. Ele era um profundo conhecedor da região amazônica e amava o rádio”, afirma.
O legado de Manuel Dutra permanece vivo na memória de colegas, amigos e alunos que conviveram com o professor e jornalista, considerado um dos grandes nomes da comunicação.
Referência na comunicação da Amazônia
Dutra tinha 79 anos e era marido da desembargadora Maria Zuíla Lima Dutra, do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região (TRT-8).
Natural de Santarém, Manuel Dutra se formou em Jornalismo em 1972 pela Universidade Católica de Pernambuco.
Foi professor da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal do Pará (UFPA) e um dos fundadores do Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Cultura e Amazônia.
Velório aberto ao público
O velório de Manuel Dutra será realizado na Capela Master A da Max Domini, na avenida José Bonifácio, 1550, bairro do Guamá, em Belém.
Amigos, familiares e admiradores podem prestar as últimas homenagens a partir das 16h deste domingo (11) até segunda-feira (12), às 14h30.
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