Os ministros das Relações Exteriores da China e do Brasil concordaram em defender o multilateralismo e as regras internacionais universalmente reconhecidas em reunião realizada nesta segunda-feira (21) em Pequim.
Wang Yi, da China, e Mauro Vieira, do Brasil, também trocaram opiniões sobre a crise na Ucrânia, expressando apoio ao diálogo direto e à negociação entre a Rússia e a Ucrânia, informou o Ministério das Relações Exteriores da China nesta terça-feira (13), no horário local.
O analista sênior de Internacional da CNN Américo Martins apurou nos bastidores que os diplomatas viram de forma muito positiva os movimentos que ocorreram nos últimos dias: a questão do possível acordo de paz na Ucrânia e das negociações para uma trégua de longo prazo.
A defesa do multilateralismo, livre comércio e a posição na guerra da Ucrânia são pontos que os dois países estão bastante alinhados, segundo Martins.
O Brasil e a China já elaboraram um plano de paz conjunto para a guerra na Ucrânia em 2024.
Viagem de Lula a Pequim
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a Pequim no sábado (10), onde participa da Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos com a China e se reúne com Xi Jinping.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty), a pauta do encontro entre os presidentes inclui a defesa do multilateralismo e da reforma do sistema de governança global e o apoio à resolução pacífica de conflitos, além do aprofundamento das relações Brasil-China.
A visita oficial do presidente Lula deve abordar, ainda, as sinergias entre os programas de desenvolvimento e infraestrutura dos dois países.
Espera-se que sejam assinados pelo menos 16 acordos bilaterais, incluindo protocolos e memorandos de entendimento entre Brasil e China. A lista de acordos ainda não divulgada, mas o governo busca diversificar a pauta exportadora brasileira e os investimentos chineses.
Como mostrou a CNN, o presidente Lula deve aproveitar a viagem para discutir o aumento das exportações de soja e assinar o um memorando de entendimento sobre a venda de etanol para a China em meio à guerra tarifária com os Estados Unidos.
Com informações da Reuters.
*Publicado por Gabriella Lodi.