O Palácio do Itamaraty expressou nesta quinta-feira (8) “grave consternação” com o plano de expansão militar de Israel na Faixa de Gaza. Em nota divulgada à imprensa, o Ministério das Relações Exteriores afirma que o aumento da tensão pode dificultar as negociações e liberação de reféns.
“O governo brasileiro expressa grave consternação com a aprovação, em Israel, de plano de expansão da ofensiva militar na Faixa de Gaza e estabelecimento de presença continuada naquele território, em desrespeito ao direito internacional”, diz o comunicado.
“Tendo em vista que uma escalada militar poderá prejudicar as negociações para cessação das hostilidades e liberação dos reféns, o Brasil exorta Israel a abster-se da implementação do referido plano”, adicionou o governo brasileiro.
A expansão da ofensiva israelense acontece em meio ao fracasso das negociações por um cessar-fogo e a contínua retenção de reféns. Na última semana, o exército israelense anunciou a mobilização de reservistas para ampliar o escopo militar no local.
A convocação ocorre após relatos de que o Chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel, tenente-general Eyal Zamir, apresentou na sexta-feira um plano para intensificar a pressão sobre Hamas ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e ao ministro da Defesa Israel Katz.
Qualquer operação israelense que resulte no deslocamento de civis agravaria, ainda mais, a trágica situação humanitária, assim como o quadro de mortes e destruição no Estado da Palestina
Nota à imprensa do Palácio do Itamaraty sobre o plano de nova ofensiva militar em Gaza
Ainda em nota, o governo brasileiro reforçou o pedido para que suprimento essenciais possam entrar no território ocupado, mencionando “a obrigação de Israel de garantir prestação continuada de serviços básicos e assistência humanitária”.
Na última semana, o ministro das Finanças israelense, Bezalel Smotrich, chegou a afirmar que Gaza será “totalmente destruída” e que civis serão deslocados da região.