Governo e oposição disputam narrativa para determinar foco da investigação sobre fraude bilionária no INSS

O senador Rogério Marinho (PL-RN), que foi secretário de Previdência do governo Jair Bolsonaro (PL), acusa os órgãos de controle do governo Lula (PT) de parcialidade.

Segundo ele, duas entidades estão sendo poupadas: a Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag) e o Sindicato Nacional dos Aposentados Pensionistas e Idosos (Sindnapi).

O interesse pelo caso da Sindnapi é evidente: a oposição quer explorar o fato de o irmão de Lula, José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, ser vice-presidente da entidade.

Já a Contag tem ligações históricas com o PT. Inclusive a Central Única dos Trabalhadores (CUT) emitiu uma nota de solidariedade em que acusa outros governos pelo escândalo: “Das 11 entidades investigadas, nove foram criadas justamente nos governos Temer e Bolsonaro”, diz o comunicado.

A estratégia da bancada governista é a mesma: colar o escândalo no governo Bolsonaro. Por isso, quer jogar luzes na Ambec porque a associação assinou um acordo de cooperação técnica com o INSS em agosto de 2021, durante o governo passado.

O credenciamento permitiu que a entidade descontasse mensalidades diretamente na folha de pagamento de aposentados e pensionistas.

Mas afinal, a Contag, da CUT, e o Sindinapi, que tem o irmão de Lula como dirigente, estão sendo poupados pela CGU, como aponta o senador Rogério Marinho?

De fato, o governo Lula abriu Processos Administrativos de Responsabilização contra 19 entidades suspeitas. Contag e o Sindnapi estão de fora.

A alegação é a de que só foram abertos processos contra entidades com indícios de terem corrompidos servidores do INSS. Segundo fontes do governo, não foram encontrados esses indícios, até o momento , no caso da Contag e do Sindnapi.

Já a Polícia Federal fez operações de busca e apreensão tanto na Contag quanto no Sindnapi.

Nomes da CPI da covid ressurgem na fraude do INSS

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