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A cantora, cujo nome legal é Casandra Ventura, se emocionou e precisou se recompor durante o depoimento, que durou cerca de cinco horas.
Com detalhes humilhantes, ela relatou um relacionamento turbulento de 10 anos com Combs, que, segundo ela, foi consumido pela violência e pela obsessão dele com uma forma de voyeurismo em que “ele controlava toda a situação”.
Prestes a dar à luz seu terceiro filho, Cassie ocasionalmente apoiava as mãos na barriga grávida enquanto testemunhava. Entre seus apoiadores no tribunal estava seu marido, Alex Fine.
Ela deve retornar ao banco das testemunhas nesta quarta-feira (14). Após os promotores terminarem de interrogá-la, os advogados de Combs terão sua vez.
Controle e violência
Cassie disse aos jurados que as exigências dele para que ela se envolvesse em atos sexuais às vezes repugnantes, às vezes enquanto ele assistia de outra sala via FaceTime, a faziam se sentir “fortemente objetificada”. Mas, segundo ela, suportou as exigências porque estava apaixonada por Combs.
Imagem de vídeo divulgado pela CNN, que mostra o rapper Sean ‘Diddy’ Combs agredindo a ex-namorada Cassie Ventura — Foto: Reprodução/CNN
Ao mesmo tempo, disse ela, Combs controlava todos os aspectos de sua vida, da carreira à moradia, e ela não sentia que podia dizer “não” a ele. Ela afirma que era agredida quando tentava ir embora, como no incidente em 2016, capturado por uma câmera de segurança em um hotel de Los Angeles.
Questionada sobre quantas outras vezes Combs a havia derrubado no chão, Cassie respondeu: “Demais para contar”.
Relacionamento
Cassie processou Combs em 2023, alegando anos de abuso. Ele chegou a um acordo em poucas horas, mas dezenas de processos semelhantes se seguiram.
A cantora conheceu Combs em 2005, quando ela tinha 19 anos e ele, 37. Então, ela assinou um contrato de 10 anos com sua gravadora, a Bad Boy Records e, em poucos anos, eles começaram a namorar.
Cassie e Diddy no Met Gala em 2015 — Foto: Charles Sykes/Invision/AP
Seu single de 2006, “Me & U”, alcançou o primeiro lugar na parada Billboard Hot R&B/Hip-Hop e foi a música de destaque de seu primeiro álbum de estúdio. Ela estava trabalhando em um próximo álbum, mas Combs “escolheu o que viria a seguir para mim” e não lançou nenhum outro, disse ela.
Cassie disse aos jurados que era “sexualmente inexperiente” quando conheceu Combs e que ele a apresentou a vários atos sexuais antes de convidá-la para sua primeira “freak off” quando ela tinha apenas 22 anos. Cassie disse que estava “confusa, nervosa, mas também o amava muito” e “queria fazê-lo feliz”.
Cassie, agora com 38 anos, disse que seu relacionamento com Combs variava de bons momentos a discussões e agressões físicas. Ela disse que os abusos aconteciam “com muita frequência”.
‘Freak offs’
Em seu depoimento, Cassie declarou que Diddy ordenava a recrutar profissionais do sexo para os “freak offs”, e que ele lhes pagava milhares de dólares para fazer sexo com ela. Os encontros, alimentados por ecstasy e outras drogas, duravam de 36 a 48 horas, e ela disse que o mais longo durava quatro dias.
Cassie se emocionou em julgamento de P. Diddy — Foto: Elizabeth Williams via AP
Cassie disse que seu primeiro “freak off” aconteceu na casa de Combs em Los Angeles com um stripper de Las Vegas. Ela disse aos jurados que se sentiu “suja” e confusa depois, mas também aliviada por Combs estar feliz.
Segundo a cantora, Diddy direcionava seus encontros com profissionais do sexo masculino e a fazia aplicar quantidades abundantes de óleo de bebê para manter a aparência “brilhante” que ele desejava.
Ainda assim, ela disse que se sentia obrigada a concordar com futuros “freak offs”. “Eu só não queria deixá-lo chateado”, disse ela. Ela disse que usava drogas em todos os eventos desse tipo, para se anestesiar durante “sessões sem emoção”.
Cassie começou a chorar quando perguntada se gostava de algum aspecto dos “freak offs”. Ela disse que gostava do “tempo que passava com ele”.
Ilustrações mostram P. Diddy em tribunal durante julgamento
