Padre diz que não batizará bebês reborn: encaminhadas ao psiquiatra

Padre Chrystian, pároco com 3,7 milhões de seguidores no Instagram, se manifestou sobre os controversos bebês Reborn. Em postagem realizada neste sábado (17), em seu perfil no Instagram, o religioso fez um esclarecimento bem-humorado dizendo que não realiza batizados ou primeira comunhão de bonecas Reborn, nem “oração de libertação para bebê possuído por um espírito Reborn”.

Ele ainda afirmou que “tais situações devem ser encaminhadas ao psicólogo, psiquiatra ou, em último caso, ao fabricante da boneca”.

Nos comentários, seguidores do padre responderam à publicação de maneira igualmente espirituosa. Alguns escreveram que ele seria acusado de “rebornfobia”, outros falaram que o padre iria ser denunciado no conselho tutelar Reborn. E houve até quem aproveitasse o embalo da postagem do religioso para oferecer serviços de babá para bebês Reborn.

Muitos seguidores também manifestaram incredulidade ao fato de algumas pessoas buscarem serviços religiosos para as bonecas que viraram o assunto do momento nas últimas semanas.

Briga na justiça

A advogada e influenciadora Suzana Ferreira contou no Instagram que um casal que disputa a guarda de uma bebê reborn, brinquedo hiper-realista, lucrava com contas da boneca nas redes sociais.

Por este motivo, os ex-companheiros disputam, além da posse da boneca, a administração dos perfis que geram engajamento, publicidades e lucros.

“A bebê reborn tem um Instagram, que a outra parte [do casal] também tem o desejo de ser administradora da conta, pois o perfil já rende monetização. Segundo ela, o Instagram da bebê deveria ser das duas pessoas. A conta é um ativo digital atualmente, então também pode ser considerado como patrimônio”, disse Suzana.

Além disso, a cliente que procurou a advogada queria regulamentar a “convivência” com a boneca e impedir que a ex-companheira tivesse acesso à “filha reborn”. O impasse inclui também a divisão dos custos com a boneca e um enxoval feito para a bebê.

Projetos de lei

Três projetos de lei foram protocolados para criar restrições aos bebês reborn, mais conhecidos como bonecos ultrarrealistas. A ideia é proibir o atendimento em unidades de saúde públicas privadas, filas preferenciais, entre outros benefícios.

Uma dos textos, do deputado estadual Cristiano Caporezzo (PL), de Minas Gerais, apresentou projeto para proibir tentativas de atendimento hospitalar das simulações.

Já a proposta do deputado Zacharias Calil (União Brasil-GO), quer tipificar como infração administrativa o uso desse tipo de boneco ou de qualquer outro objeto ou artifício que simule a presença de criança de colo, para receber ou usufruir dos benefícios.

O parlamentar quer impor a pena de multa para a infração, com valor que pode variar de cinco a 20 salários mínimos – com possibilidade do dobro do valor em caso de reincidência. Os recursos arrecadados com multas devem ser alocados em fundos voltadas à primeira infância.

Nas redes sociais, usuários passaram a mostrar suas rotinas com bebês reborn, que costumam ter nomes e, até mesmo, documentação. Os relatos simulam comportamentos de bebês reais, com episódios de choro e de alimentação por mamadeira, e até a procura médica.

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