Para atingir meta fiscal, Haddad deve anunciar nesta quinta bloqueios no Orçamento de 2025

O ministro vai participar da divulgação dos dados fiscais do bimestre, quando a Fazenda apresenta o andamento das receitas e das despesas do governo até aqui e a eventual necessidade de fazer bloqueios nos gastos, caso as estimativas estejam piores que o previsto.

Haddad: Valor bloqueado será usado para pagar aposentados

No início da semana, Haddad disse que a equipe econômica passaria os dias seguintes fechando as projeções deste ano e de 2026. Ele também afirmou que se reuniria com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tratar de eventuais bloqueios.

“Vamos ter várias reuniões essa semana pra fechar e, na quinta-feira, a gente divulga o quadro fiscal e o que for necessário”, disse o ministro na segunda (19).

O governo vive o desafio de manter o crescimento do país e a população empregada, mas sem que a inflação dispare. Para isso, é necessário que esse crescimento seja natural da economia, e não gerado por gastos públicos excessivos.

Fernando Haddad durante cerimônia de abertura dos Diálogos Econômicos Brasil-França — Foto: Divulgação/Ministério da Fazenda

Pelo fato de o governo ter uma política fiscal expansionista (gasta em excesso), o Banco Central tem mantido a taxa de juros básica da economia em patamar elevado (14,75%). Juros altos visam desaquecer a economia, para conter a inflação.

Questionado sobre a possibilidade de um contingenciamento de R$ 18 bilhões, que vem sendo ventilada no mercado, Haddad não confirmou e afirmou que não antecipará nenhuma informação:

“Quinta-feira vou anunciar pra todo mundo, não vou privilegiar ninguém.”

Meta fiscal

Pelo arcabouço fiscal, o governo tem como meta zerar o déficit primário.

A legislação, porém, permite uma margem de tolerância de até 0,25% do PIB, o equivalente a cerca de R$ 31 bilhões, sem que a meta seja considerada descumprida. Mesmo assim, Haddad reiterou o compromisso de buscar o equilíbrio total das contas públicas.

Diferença entre bloqueio e contingenciamento

No novo marco fiscal, bloqueio e contingenciamento são mecanismos usados para ajustar as contas públicas:

Bloqueio ocorre quando as despesas aumentam e o governo precisa manter os gastos dentro do limite de crescimento (2,5% ao ano, acima da inflação).

Contingenciamento é acionado quando a arrecadação vem abaixo do esperado. Nesse caso, o governo congela parte dos gastos para tentar cumprir a meta fiscal.

Em ambos os casos, os cortes atingem as chamadas despesas discricionárias — gastos não obrigatórios, como investimentos públicos e despesas administrativas.

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