Investigado por apologia ao crime e ligação com o tráfico de drogas, Poze é acusado de se apresentar apenas em bailes dominados pelo Comando Vermelho, onde traficantes armados com fuzis garantem a segurança dos shows.
Segundo a polícia, suas músicas exaltam o tráfico, incentivam o uso de armas e incitam confrontos entre facções — com impacto direto na escalada da violência e risco à população.
Investigação reuniu vídeos do MC Poze em bailes com armas; veja
MC Poze, cujo nome verdadeiro é Marlon Brandon Coelho Couto Silva, ganhou notoriedade no cenário do funk carioca nos últimos anos, com hits como “Essência de Cria”, “Vida Louca” e “A Cara do Crime”.
Nascido no Rio de Janeiro, chegou a se envolver com o tráfico na favela do Rodo, quando ainda era adolescente. Em entrevista ao Profissão Repórter, ele chegou a falar sobre o passado no crime.
“Já troquei tiro, fui baleado e preso também. E eu pensei: vou querer ficar nessa vida aqui ou viver uma vida tranquila? Então, eu foquei em viver uma vida tranquila, batalhei e hoje em dia eu passo isso para a molecada: o crime não leva a lugar nenhum”, relata. Relembre as falas no vídeo acima.”
Poze começou cantando funk e depois passou a misturar o estilo carioca com o trap, subgênero do rap dos EUA.
Esta mistura, o chamado “trap de cria”, com batidas graves e linguagem dos jovens cariocas, é muito popular hoje no Brasil, especialmente no Rio, como provam os shows lotados que ele e outros artistas do estilo fizeram no Rock in Rio 2022 e 2024.
Conhecido por ostentar um estilo de vida exuberante, o artista e empresário de 26 anos tem ao menos 15 milhões de seguidores nas redes sociais.
Nas músicas dele, são comuns letras que questionam a violência sofrida por jovens de favelas do Rio de Janeiro
Como funkeiro, Poze lançou em 2020 ‘O Sábio’, seu primeiro álbum de estúdio, com participação de nomes do rap, trap e funk, como Cabelinho, Orochi e Oruam.
‘Ser sábio pra mim é ter a inteligência de conseguir sair de uma situação ruim e se superar’, explicou rapper em entrevista ao g1.
MC Poze do Rodo fala sobre passado no crime e como a música transformou sua vida
Bens apreendidos
No ano passado, o funkeiro MC Poze do Rodo teve bens apreendidos em uma operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro que investiga sorteios ilegais.
A operação Rifa Limpa, que teve como alvo Viviane Noronha, a mulher do cantor, apreendeu uma série de bens do artista, incluindo joias e veículos de luxo.
Segundo as investigações, o esquema reproduzia parâmetros da Loteria Federal para dar aparência de credibilidade e legalidade aos sorteios, mas utilizava um aplicativo customizado e não auditado — com fortes indícios de manipulação.
Fazer rifas no Brasil requer autorização prévia da Secretaria de Avaliação, Planejamento, Energia e Loteria do Ministério da Fazenda. A prática também é exclusiva de instituições sem fins lucrativos.
Em suas redes sociais, Poze afirmou que tudo seria resolvido rapidamente.