Procurado, o Itamaraty confirmou que o ministro participará da audiência no Senado. Segundo a comissão, Mauro Vieira foi chamado a dar explicações sobre “episódios recentes de grande repercussão internacional”.
Em nota, o presidente da comissão, senador Nelsinho Trad, afirmou que cabe ao grupo “garantir que decisões com impacto diplomático sejam debatidas com transparência e responsabilidade”.
“Nosso papel é ouvir, esclarecer e fortalecer o diálogo entre o Legislativo e o Itamaraty, sempre com foco no interesse nacional e no respeito aos compromissos internacionais assumidos pelo Brasil”, disse o senador.
Caso Nadine Heredia
A ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia, foi condenada pela Justiça do país a 15 anos de prisão, assim como seu marido, o ex-presidente Ollanta Humala, por envolvimento em irregularidades relacionadas a empreiteiras durante o governo.
Segundo o governo brasileiro, o asilo concedido a Nadine teve caráter diplomático, fundamentado em uma convenção dos anos 1950. À GloboNews, Mauro Vieira afirmou que o asilo foi concedido por razões humanitárias, pois Nadine Heredia estaria com problemas de saúde e acompanhada de um filho de 14 anos que ficaria desprotegido, já que o pai está preso.
Venezuelanos na embaixada da Argentina
Outro tema que será abordado na audiência com Mauro Vieira é a saída de venezuelanos opositores de Nicolás Maduro da embaixada da Argentina em Caracas.
A operação de retirada foi organizada pelo governo dos Estados Unidos, e o Itamaraty informou que só tomou conhecimento da saída após os opositores já terem deixado o local.
A embaixada da Argentina em Caracas está sob custódia do governo brasileiro porque a Argentina, assim como outros países, não reconheceu a vitória de Nicolás Maduro nas eleições de 2024. Diante disso, a Venezuela expulsou os diplomatas argentinos, e o Brasil assumiu o comando diplomático da embaixada, seguindo convenções internacionais.
Segundo o governo brasileiro, havia uma tentativa de negociação com Maduro para que os venezuelanos opositores fossem reconhecidos como asilados, garantindo salvo-conduto para deixar o país sem serem presos, mas as negociações não avançaram.