Há um razoável consenso sobre o que se impõe ao Brasil no meio da briga entre Estados Unidos e China. É ter inteligência estratégica e neutralidade pragmática.
O contrário do que Lula está fazendo na atual permanência em Pequim, repetindo os erros cometidos na semana passada na Rússia.
Nossa situação é delicada justamente pelo fato de o Brasil ser uma superpotência na produção de alimentos, exportados sobretudo para a China.
O Brasil é essa superpotência na agroindústria também pelo acesso que tem a tecnologias de ponta controladas ou exportadas pelo país que a China quer desbancar: os Estados Unidos. Ou seja, depende de mercados de um lado e tecnologias do outro. Ficar de bem com os dois é vital para nosso interesse nacional.
Nosso interesse nacional não coincide com o interesse pessoal de Lula, empenhado em bajular a Rússia e a China. Por razões ideológicas, mas também por profunda ignorância de fatos históricos.
Hoje, Lula comparou suas vitórias eleitorais à Revolução Chinesa de 1949. Ambas, disse Lula, a Revolução e as eleições que ele venceu, tiraram milhões de pessoas da miséria. O que tirou centenas de milhões da miséria na China foi uma revolução capitalista – a que veio depois da comunista.
E o que ajudou o Brasil a crescer 20 anos atrás foi exatamente essa revolução capitalista na China, e o boom das commodities no qual surfou o primeiro governo petista.
China e Rússia fazem o jogo deles no confronto geopolítico atual. Dependendo de Lula, com o Brasil a tiracolo. Mas é o jogo deles, não deveria ser o nosso.
